segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Sexo e a Cidade

Ser feminista tem destas coisas...Dou muitas vezes comigo a pensar em valores e princípios. Uns que nos dignificam, outros que nos deixam no limbo da crítica...

Falo concretamente de sexo ocasional, botty calls, one night stands...or maybe too, who knows?? De facto, ninguém sabe, nem mesmo as pessoas envolvidas. Parte-se à aventura, sem saber bem como será o momento ou a manhã seguinte. Em muitos casos, nem mesmo o nome do parceiro... Mas curiosamente, os one night “standers” afirmam saber sempre para o que vão. Porque sabem sempre aquilo que querem - sexo e prazer - e aquilo que não querem - envolvimento emocional ou até mesmo bisar. E tudo isto é perfeitamente natural e legítimo, desde que ambas as partes estejam cientes das regras...Se foi algo meramente carnal e furtivo, não é saudável alimentar esperanças, ideias de continuidade ou algo mais, porque a outra parte já pode ter desligado...

É exactamente aí que está a parte mais difícil para alguns, sobretudo para a classe feminina: não se envolverem demais...Li um comentário algures que as mulheres fazem sexo para ter amor, a meu ver um comentário sábio. Conteste quem quiser, mas é rara (embora em número crescente) a mulher que consiga envolver-se sexualmente sem o fazer emocionalmente. Somos formatadas para ser seres emocionais e está mesmo nos nossos genes, logo, pôr isso de lado e extrair só prazer, acontece, claro...mas acredito que por força das circunstâncias. Ou seja, são precisos dois para dançar o tango e, a não ser que gostem de ser mártires, não vale a pena andar atrás quando ficou claro que era só mesmo aquilo...

Afirmar-me feminista e ao mesmo tempo acreditar nesta grande desigualdade entre homens e mulheres, pode ser incoerente. Mas é como vejo as coisas. Antes não fosse...Antes não estivessemos perante uma faca de dóis gumes que nos faz ser presas por ter cão e por não ter. Porque se nos igualamos aos homens na naturalidade com que encaramos o sexo ocasional, somos fáceis e levianas. Se somos mais ponderadas ou mais dadas a relacionamentos, então o mais provável é ficarmos uma boa temporada no banco, porque a fila anda e não é devagar. Ao olhar da critica e do julgamento, as coisas são assim. Mas também ao olhar masculino que rapidamente perde interesse se nos interessamos/entregamos muito depressa, ou que rapidamente também perde interesse se sente que a vida lhe é dificultada (ver: Como conquistar alguém em 10 dias).

Ora, então em que ficamos? A resposta poderia ser: na dúvida. Mas isso seria para quem não sabe o que quer e sobretudo aquilo que não quer....Porque é a isso que nos devemos agarrar e defender: aquilo em que acreditamos, sentimos, achamos certo ou errado para nós. Independentemente do que a outra parte possa pensar ou a sociedade em que se está. Assim, não haverá margem para erros ou decepções. Seja feita a sua vontade, e se for a vontade dos dois, porque não? Se não for, também não é por aí que vai ficar a perder, pelo contrário. A consciência fica sempre a ganhar e ao fim do dia é tudo o que conta: sentirmo-nos bem na nossa própria pele, não na que deveria ser para ficar bem na fotografia...Seja em que sessão for. Na púdica ou na libertina.

Pessoalmente, faz-me confusão a inversão da ordem das coisas. Se antes as pessoas conheciam-se primeiro e só depois se envolviam sexualmente, hoje primeiro há sexo e depois, SE for possível, conhece-se a melhor a pessoa. Para quem gosta de saber minimamente o relvado em que pisa, ou não gosta de jogar só para aquecer, ficar no banco parece-me a opção mais sensata...

Just because it feels good, doesn’t make it right...

2 comentários:

  1. Gostei do seu texto e não me parece que seja nada feminista, pois não deixa de retratar o que de facto se passa. Mostra ainda a sua sinceridade.
    http://palavrassemjeito.blogspot.com

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  2. Bom dia Elisabete. Na divulgação do meu blog vou descobrindo pelo caminho outros igualmente interessantes. Só é pena ter parado. No entanto Convido a ver o meu blog webart2011.blogspot.com sobre pintura e desenho e se poder divulgar pelos seus amigos agradeço.
    Cumprimentos
    Francisco Santos

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